Meus queridos leitores, esse post é dedicado aos meus colegas de profissão que ficaram indignados com o último post sobre o leite. Como faço a divulgação do meu blog no linkedin, em um grupo de nutricionistas, algumas foram totalmente contra meu argumento de que a GRANDE MAIORIA da população sofre pela ingestão diária do leite. Então este será mais técnico.
O leite, INFELIZMENTE, não é bem tolerado pela maioria da população, com exceção de alguns suiços e descendentes e um pequeno lugar da Africa, que me escapa o nome, onde ele é melhor tolerado. Algumas proteínas do leite não conseguimos hidrolisar, não temos enzimas para isso, dai o problema quando essa proteína mal digerida é absorvida por um intestino disbiótico. A quantidade de crianças que aparecem no nosso consultório com problemas respiratórios é uma questão que não podemos negar...E a nutricionista não só pode como deve tratar esse tipo de problema também, nesse caso só a exclusão do leite (às vezes outros alimentos também, pois cada pessoa é única, bioquimicamente falando) para você conseguir resolver o problema pela raiz, veja bem, anti histamínico é tratamento PALIATIVO. Mas se fossem só os problemas respiratórios, ainda que abrangendo uma parcela grande da população, mas vários problemas estão relacionados à ingestão diária do leite, INCLUSIVE a osteoporose!
Diferente do que aprendemos na faculdade de Nutrição, o leite possui um cálcio que NÃO É biodisponível, primeiro pela composição dele que dificulta o ph ideal para absorção de cálcio e segundo pela sua deficiência de magnésio, importante mineral para absorção de cálcio.
Mas falar de osteoporose e lembrar apenas do cálcio é uma situação simplista para o nutricionista, já que outros nutrientes e a atividade física é primordial para a saúde óssea!
A quantidade de pessoas deficientes em vitamina D, magnésio, principalmente idosos, beira epidemia mundial. E os jovens? Será que é a falta de leite que provoca a osteopenia? Não seria o excesso de refrigerante, energéticos e junk food?
Recebemos e engolimos na faculdade tabelas baseadas nas necessidades ideais para a população americana, será que é a mesma coisa para a população brasileira? NÃO SEI, É UMA COISA PARA PENSAR!
Eu acredito que 1200mg de cálcio por dia seja um exagero! Nunca segui essa recomendação, ah já segui sim, quando sai da faculdade, sorry! As complicações decorrentes do excesso de cálcio, que fica circulante e não vai para o osso, é preocupante!
E cálcio a gente não encontra apenas no leite, ele é fonte? É, mas não justifica o sofrimento decorrentes de tantas patologias correlacionadas.
O único alimento derivado do leite que libero é a manteiga, justamente o que um nutricionista clássico retira dos seus pacientes, já que preferem o leite desnatado! A manteiga é rica em ácido butírico, um ótimo aliado no tratamento do intestino com disbiose, e não possui a lactose e a proteína do leite que prefiro evitar nos meus cardápios.
Nem me preocupei aqui de falar que o que o brasileiro mais gosta de colocar no leite é o café e o chocolate, indiscutivelmente, alimentos que irão impedir totalmente a absorção do cálcio.
Esta é a visão da Nutrição Funcional, trabalhos existem aos montes, mas nada melhor que a prática clínica para observar os resultados. Não espero que acreditem em mim ou mudem de "idéia" sobre o leite, mas essa é a minha conduta clínica.
Obrigada a todos!
Num próximo post divulgo a lista de referências científicas que comprovam todos os meus argumentos.
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